Aljezur: Festival Indie 2022 decorre até dia 4 de junho

O Município de Aljezur está a receber a terceira extensão do IndieLisboa, Festival de Cinema Internacional que decorre no Espaço + até ao dia 04 de junho. Durante os sete dias de Festival realizam-se workshops dirigidos aos públicos adulto, juvenil e infantil e, no campo do Cinema, são várias as nacionalidades, línguas e conceitos em diálogo. A programação faz-se maioritariamente de criações recentes, sobretudo de 2021 e deste ano. Contempla ainda alguns dos filmes galardoados pelo Festival.

 
 

Segundo conta à Make It Happen a organização do Festival Indie Aljezur - 2022, “um dos objetivos desta calendarização foi a inclusão: chegarmos às várias faixas etárias ao longo de todos os dias que compõem esta semana de festival. O Indie tem vários tipos de filmes, dirigidos a diferentes públicos, desde o infantil ao adulto. Assim, os miúdos trazem os pais que podem também assistir a filmes a eles dirigidos.”

No campo do cinema, na quinta e sexta-feira (dias 2 e 3 de junho), entre as 15 e as 17 horas, são exibidas oito curtas-metragens dirigidas a público infantil (com mais de três anos): “Uma Casa”, de Veronika Zacharová (República Checa, 2016); “O Nosso Porquinho”, de Jaromír Planchý (República Checa, 2015); “Olá Estranho”, de Julia Ocker (Alemanha, 2016); “Pincéis de Cerda”, de Quentin Haberham (Países Baixos, 2021); “Ser Grande”, dos realizadores Da-young Jeon, Seo-a Han e Min-gyung Kim (Coreia do Sul, 2019); “URSA – A Canção da Aurora Boreal”, de Natalia Malykhina (Noruega, 2021); “Ursinho Silencioso”, de Māra Liniņa (Letónia, 2021), e “Vermelho”, de Chen Yang (Alemanha, 2020).

Dirigidas a público infantil com mais de seis anos, apresentam-se, ainda, as curtas: “Um Dia Lá Fora”, de Ana Horvat (Croácia, 2021); “Guarda de Honra”, de Edmunds Jansons (Letónia, 2021); “Luce e o Rochedo”, de Britt Raes (Bélgica, 2022); “Omar e Pincette”, de Julien Sulser (Suíça, 2021); “Patrulha e as Sementes de Pára-Quedas”, de Clémentine Campos, Inès Bernard-Espina e Mélody Boulissière (França, 2016), e “Sozinhos no Elevador”, da realizadora grega Anastasia Papadopoulou (2021).

Para o público com idades acima dos 10 anos, ­ à tela chega “Contos de Água Salgada”, dos franceses Alexandra Petit, Antoine Carre, Martin Robic, Rodrigo Goulão de Sousa e Tamerlan Bekmurzayev (2021); “Estrelas no Mar”, do sul-coreano Seung-Wook Jang (2021); “A Fantástica Competição de Voos”, de John Croezen (Países Baixos, 2021); “O Fato de Mergulho de Klingert”, do realizador polaco Artur Wyrzykowski (2021), e “Sons da Realeza”, de Filip Diviak (República Checa, 2020).

Finalmente, dedicado a jovens com mais de 12 anos, o cartaz é em língua francesa e faz-se de: “O Beijo”, curta-metragem do francês Clemence Pogu (2021); “Dentro”, de Yann Chapotel (2021), “Um Plano para o Amor”, de Claire Sichez (2021), e “Yaren e o Sol”, dos belgas Renate Raman e Joren Slaets, Bélgica (2021).

Na sessão da noite de hoje, 30 de maio, (M/16) com início marcado para as 21 horas, é exibido o filme “Love, Deutshmarks and Death” (2022), do realizador Cem Kaya e vencedor do prémio IndieMusic. Trata-se de um documentário debruçado na emigração turca para a Alemanha, onde as comunidades vindas desse país e no novo estabelecidas se veem obrigadas a criar a sua própria cena cultural e musical, bem à margem da cultura popular e mediática. De forma documental e ensaística, Cem Kaya traz ao de cima a vivacidade dessa subcultura relegada, das suas histórias e vozes expatriadas.

 
 

Até 1 de junho, das 21h às 23h30, são exibidos “Cette Maison” (2022), realizado por Miryam Charles (vencedor do Prémio Silvestre Longas) e ainda um conjunto de curtas-metragens que integra o Programa de Curtas Premiadas, composto por “Escasso” (2022), um mockumentary político de Gabriela Meirelles e Clara Anastácia; “The Parents’ Room” (2021), de Diego Marcon; “Urban Solutions”(2022), de Arne Hector, Luciana Mazeto, Minze Tummescheit e Vinícius Lopes; e ainda “Um Caroço de Abacate” (2022), de Ary Zara.

A 4 de junho, pelas 21 horas, é a vez de “Os Olhos de André” (2015), longa-metragem do realizador português António Borges Correia. O filme recebeu o Prémio Melhor Longa Portuguesa no IndieLisboa 2015, ano em que conquistou ainda o Prémio Árvore da Vida e o Prémio TAP. Também em 2015, foi selecionado para o Festival de Cinema de La Ville de Québec (Canadá), bem como para o Gijón International Film Festival (Espanha) e para o The Portuguese Conspiracy (Reino Unido). Passou ainda pela China (Hong Kong International Film Festival e Mostra de Cinema Português em Macau, ambos em 2016).

“Os Olhos de André” é precisamente o filme que serve de caso de estudo ao workshop que se realiza de quinta-feira a sábado (2, 3 e 4 de junho), das 18 às 20 horas, intitulado “Oficina de cinema documental: Aprender a ver e a fazer filmes”, dirigido a público adulto. O workshop divide-se em quatro módulos: Introdução ao cinema, Definição de uma ideia e escrita de argumento, Filmagens e Montagem e Pós-Produção e, no sábado (último dia), é dirigido pelo próprio António Borges Correia. A participação é gratuita, mas sujeita a inscrição que pode ser realizada através do contacto do Espaço + 282 997 181.

 
Apesar de estar numa faixa costeira, Aljezur partilha desafios com o interior e com os seus municípios, e um deles é precisamente trazer o máximo de Cultura que conseguimos e adaptá-la aos cenários que temos.
 

Questionado sobre a relevância de acolher em Aljezur iniciativas como o Indie Fest, dada a inexistência de salas de cinema no município, a organização do evento reflete: “sendo este um território de baixa densidade, uma sala de cinema não seria sustentável. Apesar de estar numa faixa costeira, Aljezur partilha desafios com o interior e com os seus municípios, e um deles é precisamente trazer o máximo de Cultura que conseguimos e adaptá-la aos cenários que temos. É importante que estes territórios também possam ter cultura; é importante dar-lhes oportunidades. Neste caso, o facto de recebermos o Indie é uma oportunidade que muitos municípios não têm, pois só alguns recebem estas extensões do Festival, e nós somos um deles.”

 

Com o desejo de contribuir ativamente para a dinamização de uma rede de exibição e distribuição de filmes mais diversificada, o IndieLisboa Festival Internacional de Cinema atenta essencialmente em obras que se encontram nas margens da regular circulação de filmes, e exibe, todos os anos, mais de 270 filmes. O festival é decomposto em programas temáticos, os quais variam conceptual e geograficamente, e que servem de base ao debate e a reflexão sobre assuntos endógenos a tais temas. Com raras excepções, os filmes seleccionados para as diversas secções têm a sua apresentação nacional no próprio festival.

Para fomentar a literacia e a cultura cinematográficas da faixa mais jovem do público, bem como de fomentar a formação de novos públicos, criou-se a secção infantil/juvenil do festival - o IndieJúnior.

Paralelamente aos filmes, oficinas, masterclasses, laboratórios de argumento e debates, pitching, eventos de networking, entre outras atividades podem ser encontradas no IndieLisboa.

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