“Faro 2027” apresenta reflexões críticas sobre o ser Capital Europeia da Cultura
Na passada quinta-feira, dia 24 de fevereiro, um dos espaços mais tradicionais de Olhão recebeu os apreciadores da cultura e da literatura. As bancas dos Mercados Olhanenses deram agora espaço a estantes. No lugar dos peixes e das hortaliças, era possível consumir os textos, poesias e reflexões que estão presentes no livro “Faro 2027, e agora?”, projeto que faz parte da candidatura de Faro para Capital da Cultura 2027.
Esta é uma iniciativa multi-autoral que reúne artigos originais de finalidade crítica e criativa. O objetivo é relatar os fatores que podem ser trabalhados, aprimorados e até mesmo incrementados na cidade e na região. As projeções vêm de escritores de áreas e especializações distintas, sendo todos eles em prol de um bem mútuo, a melhoria da cultura no Algarve.
O decorrer do evento foi gerido pelo Diretor da Divisão de Cultura de Faro Bruno Inácio. Formado em Sociologia e Marketing, Bruno é também o coordenador responsável pela candidatura de Faro para Capital da Cultura 2027. Consigo, esteve presente via Zoom o gestor cultural, jornalista e também empreendedor Tiago Prata, autor de diversos projetos culturais em parceria com mais de 25 países na Europa e no Médio Oriente.
Bruno e Tiago são os responsáveis por escrever o prefácio da obra em questão. De forma clara e coesa, os autores trazem uma visão profunda sobre as fundações do projeto, para além de sua importância e o impacto que é recebido a nível cultural da cidade. O objetivo principal não é relatar as vitórias conquistadas, mas sim apontar as “falhas” que ainda podem ser exploradas.
Para discutir a união dos concelhos e regiões algarvias como uma das questões ligadas à candidatura, estiveram presentes António Pina e Rogério Bacalhau, presidentes das câmaras de Olhão e de Faro, respectivamente. Apesar do projeto ser dirigido à cidade de Faro como a Capital Europeia da Cultura 2027, ambos os autarcas concordaram que esta é uma iniciativa relevante para todo o Algarve.
A obra “Faro 2027, e agora?” é estruturada como uma coletânea de artigos escritos por diferentes especialistas de diversas áreas. O trabalho multi-autoral foi organizado pelos coordenadores Gonçalo Duarte Gomes e Andreia Fidalgo.
Os textos buscavam compreender a visão que os autores têm sobre a cidade de Faro e o Algarve, refletindo portanto a união destes pensamentos, que apesar de mostrarem uma estrutura lírica, voltam-se às críticas construtivas, com o objetivo de melhorar a região.
Os artigos também não se fixaram somente no âmbito da cultura, mas também com posicionamentos assertivos acerca de outras áreas. Esta produção, como afirmado por Tiago Prata, faz parte do princípio de repensar a cidade e a região para a Capital Europeia da Cultura. A projeção para Faro não se estende somente no âmbito regional, mas também continental e até mesmo global.
Os desafios, portanto, sempre pairavam nos princípios de aprender e, mais importante, desaprender o que era afirmado como certo. A obra ainda busca mostrar a diversidade, das opiniões a respeito do crescimento e da transformação de Faro, não só voltado para a candidatura, mas também para uma melhor qualidade de vida da sua população e do setor cultural.
“E agora?” provoca os leitores a questionarem e procurar respostas para a cidade. A obra apresenta-se, portanto, como um conceito volátil, que evolui gradativamente, conforme as novas ideias são trabalhadas. O ponto de vista autoral predispõe o livro com opiniões, o que torna a sua identidade única.
“Faro 2027, e agora?” é uma obra gratuita, e pode ser adquirida no Museu de Faro, na Biblioteca Municipal de Faro e na Divisão da Cultura (Câmara Municipal de Faro).
Para além deste, os inúmeros projetos desenvolvidos serão postos à prova para a Candidatura de Faro à Capital Europeia da Cultura 2027, que sera formalizada ainda esta tarde de segunda-feira.
A cerimónia ocorre no Teatro das Figuras, em Faro, a partir das 17h30. A entrada é livre.
FONTE Make It Happen FOTOGRAFIA Luís Caracinha | Epopeia Brands™