Até ao fim do mês, há quatro filmes para ver em São Brás de Alportel
CinemaLua
As sessões de Inverno do Cinemalua estão de regresso a São Brás de Alportel, e as deste mês já estão marcadas:
Nno próximo dia 10 de janeiro é exibido "Os Olhos de Orson Welles", de Mark Cousins; a 17 de janeiro, será a vez de “Citizen Kane – O Mundo a Seus Pés”, de Orson Welles; a 24 de janeiro, “O Sonho de Wadjda”, de Haifaa al-Mansour e, finalmente, a 31 de janeiro, "Gato Preto, Gato Branco", de Emir Kusturica. As sessões decorrem pelas 19 horas, no Cine-Teatro de São Brás de Alportel.
A entrada tem um custo de cinco euros.
1.º Filme – "Os Olhos de Orson Welles"
Originalmente designado "The Eyes of Orson Welles", este filme de 2018 conta com o argumento e a realização do irlandês Mark Cousins, cujo acesso exclusivo a centenas de desenhos e pinturas de Orson Welles lhe valeu a possibilidade de retratar Orson Welles através do seu próprio olhar; desenhado e pintado pela sua mão. O que haverá de intemporal neste "showman" do século XX? Eis um dos motes do filme, que em 2018 participou no Festival de Cannes, no qual recebeu o L'Oeil D'Or (Olho d'Ouro), e ainda no Festival Internacional Barcelona-Sant Jordi, do qual saiu com o Prémio da Crítica.
2.º Filme – “Citizen Kane – O Mundo a Seus Pés”
Este clássico norteamericano foi produzido em 1941 por Orson Welles e explora a vida de Charles Foster Kane, um papel interpretado pelo próprio Welles e inspirado no magnata da imprensa William Randolph Hearst.
Graças à rede Inquirer, monopólio mediático do empresário, Kane ter-se-á tornado num homem notável e manipulador no cenário político dos Estados Unidos do início do século.
Imergimos assim reflexão que nos traz à conclusão de que a narrativa de Kane não dista assim tanto do cenário atual, onde impera a concentração empresarial à qual estão subordinados os órgãos de comunicação convencionais. Um cenário em que a ideia de serviço público se desfaz perante o desejo de poder e influência mediáticas; em que as pressões económico-financeiras esmagam o valor jornalístico.
Apesar das várias indicações recebidas, Citizen Kane ganhou apenas um Oscar, em 1941, na categoria de melhor roteiro.
3.º Filme – “O Sonho de Wadjda”
Longa-metragem teuto-saudita dirigida por Haifaa al-Mansour, em 2012. É a primeiro longa-metragem saudita dirigida por uma mulher, e conta a história de Wadjta, jovem que, apesar da doutrina muçulmana inculcada, algo há de irreverência na sua maneira de pensar e agir e que a singularizam. Sonha ter uma bicicleta para brincar com o amigo Abdallah - duas virtudes aniquiladas por tal doutrina. Apesar da proibição e dos riscos, valem a Wadjita a ingenuidade e a persistência que a levam a juntar dinheiro, através de trabalhos artesanais, chegando, contra todos os dogmas muçulmanos, a participar num concurso.
4.º Filme – “Gato Preto, Gato Branco”
Do original "Crna macka, beli macor", este filme, realizado pelo sérvio Emir Kusturica em 1998, tem o argumento de Gordan Mihic, o qual, por sua vez, parte de uma adaptação de um romance dos anos 30, da autoria do escritor russo Isaac Babel.
Traz-nos a história de uma pequena comunidade cigana que habita numa margem do rio Danúbio, dos seus negócios pouco frutuitos e casamentos arranjados.
Com este filme, Emir recebeu o prémio de Melhor Realizador no Festival de Veneza, em 1998, e, no Festival de Cannes do ano passado, que lhe valeu o prémio Cannes Classic Guild of German Art House.
FONTE Make it Happen FOTOGRAFIA Cinemalua