O bilhete dourado do Willy Wonka por Paula Chocalhinho

Vida na Terra, desafios atrás de desafios. O que estamos aqui a fazer afinal? Qual o propósito de estarmos vivos e de termos de passar pelo que passamos? Porquê as situações tão difíceis, a perda, a escassez, a doença, as dificuldades? Porquê tudo isto? Qual o sentido? Eu digo-vos a minha opinião.

Um dia, deitada na minha cama na minha terra natal, tive uma epifania. Perdida em pensamentos, de repente, surge-me a forte convicção que tudo isto era um jogo que vínhamos jogar aqui a este planeta, que há quem chame de expiação, de aprendizado ou evolução. No fundo, o planeta Terra é uma escola, uma graduação, um terreno fértil para aprender valiosas lições, como se o objectivo de tudo isto seria lembrarmo-nos de quem somos, na verdade, envoltos na densidade de um planeta a vibrar na terceira dimensão, e a terra em si como um organismo vivo também em evolução.

As cabalas existentes no planeta batalharam muito para que nos esquecesse-mos da nossa essência, e a roda da reencarnação, se acredita nela, é um mecanismo de nos manter reféns da dor e do sofrimento.

A nossa missão também pode ser, exactamente, ajudar outros a lembrar-se de quem são, inspirar outros ao seu próprio despertar. E o que é isto do despertar? Despertar para a essência do que somos: almas a habitar num corpo físico, terreno. Somo tão mais do que esta matéria que nos envolve. E eu sei que, profundamente dentro de si, esta informação ressoa e surge um quê de entusiasmo e de brilho dentro de si.
As cabalas existentes no planeta batalharam muito para que nos esquecesse-mos da nossa essência, e a roda da reencarnação, se acredita nela, é um mecanismo de nos manter reféns da dor e do sofrimento. Podemos parar a roda e sair livremente, assim dita a regra do livre arbítrio. E que regra é essa? Não a de que podemos decidir o que quisermos, porque podemos – até ficar na dor e no sofrimento. Mas a regra de que temos o direito de nos podermos elevar da massa crítica de pessoas adormecidas e de que somos muito mais presos do que julgamos. O livre arbítrio é também perceber onde estamos enredados, pois muito mais nos prende do que nos liberta.

Estamos imersos em sistemas de lealdade ao clã, à família. Totalmente identificados com a dor e o sofrimento de todos antes de nós e daqueles à nossa volta. Que transe em que vivemos… Há uma história da qual gosto muito, do Neale Donald Walsh,
A Pequena Alma e o Sol, que descreve na íntegra aquilo em que acredito. Se puderem deem uma espreitadela. Então a matéria é uma escola, ou prisão, até, onde temos a responsabilidade de nos recordar de quem somos, a um plano mais elevado. É sair da roda da encarnação e poder ascender – ou elevarmo-nos para além desse sistema que está instalado no planeta terra.
E, apesar de toda esta explicação que pode não lhe dizer nada e parecer muito fantasiosa, o bilhete dourado do Willy Wonka* surge exactamente da percepção de que ganhámos um bilhete para esta (às vezes tão pouco) fantástica aventura e jornada na matéria e, após a voltinha no carrossel terminar, voltamos, de alguma forma, à fonte ou à origem, de onde todos descendemos. E é isto no que gosto de acreditar. Se assim é, não posso afirmar. Talvez você acredite noutra coisa, e está tudo certo. Por isso, aproveitemos a viagem e façamos o melhor que podemos com ela. Se voltamos ou não já é outra história.
*Referência ao filme Charlie and the Chocolate Factory de Tim Burton (2005) em que, para se poder visitar a famosa fábrica de chocolate, repleta de maravilhas, tinha de se ganhar um bilhete premiado em uma das barras de chocolate Willy Wonka.


FONTE Paula Chocalhinho FOTOGRAFIA Paula Chocalhinho
Paula Chocalhinho

Psicóloga Clínica & Hipnoterapeuta, a formar-me em Constelações Familiares e apaixonada por processos de desenvolvimento pessoal e terapias holísticas, procuro trabalhar as pessoas que me chegam nas suas várias vertentes. Ao serviço do colectivo e ao serviço de quem se quer desenvolver, transformar e superar. ​

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