PERIFÉRICO: Um tributo à Música Emergente e à Cultura Independente Nacional

Ana Tereza em showcase no Café Calcinha onde apresentou o seu novo single “Deixa Lá Estar”.

Nos últimos anos, tem-se testemunhado um florescimento sem precedentes no cenário da música independente, impulsionado pela energia vibrante de uma nova geração de artistas visionários e pela vitalidade das editoras independentes. É dentro deste contexto de efervescência criativa que nasceu o evento que dá palco a talentos emergentes e celebra a cultura independente nacional: o Periférico, descrito por ser um Mercado de Música Independente.



Foi no passado fim de semana, de 15 a 17 de março, que a cidade de Loulé se tornou um epicentro de energia musical, dando vida a uma plataforma para artistas, editores e entusiastas se conectarem e se inspirarem. Cada banca de exposição das diferentes editoras foi uma janela para um mundo de inovação sonora, onde se encontrava CD’s, livros, discos e até mesmo cassetes que foram exibidos com orgulho, refletindo a diversidade e autenticidade da música independente. 

Epopeia Records™ marcou presença no Mercadinho Periférico.

No entanto, a primeira edição do evento foi além das exibições de produtos musicais. Ao longo dos três dias, o evento concentrou-se no Palácio Gama Lobo, onde convidou o público a explorar, interagir e a participar ativamente na cena musical, tendo como grande exemplo disso os workshops interativos, que proporcionaram as partilhas de conhecimentos, enriquecendo assim a comunidade musical local. 

Os concertos, realizados em locais emblemáticos da cidade como o Solar da Música Nova, Bafo de Baco, Cineteatro Louletano e o Café Calcinha, transformaram os espaços urbanos em vibrantes palcos onde artistas ligados às editoras participantes entregaram performances memoráveis. Cada concerto foi uma celebração da diversidade musical e uma oportunidade para todos os presentes compartilharem a sua paixão pela arte. 


João Pedro Madeira, membro da Associação Vencidos na Vida, em conversa, partilhou um pouco das suas expectativas para a primeira edição do Periférico: “As nossas expectativas estão sempre por baixo. Somos otimistas, claro, mas acaba por ser mais fácil alcançar o sucesso se não esperares demasiado. Trabalhámos para que déssemos às editoras o espaço para se divertirem, para falarem umas com as outras, para trocarem experiências. Um exemplo disso são as bandas, que acabam por ser cooperativas umas com as outras. Este ambiente é mais do que sucesso, a nossa prioridade é fazer com que as pessoas que convidámos se sintam bem e que desfrutem desta experiência. Uma mão ajuda a outra e acho que o Periférico é isso mesmo.”

O Periférico diferenciou-se ser um evento que incitou as noções convencionais da centralização cultural, trazendo ao de cima a riqueza e a vitalidade das periferias. Periférico reafirmou o valor da diversidade e da inclusão na construção de uma comunidade musical mais forte e vibrante. Um fim de semana movido pela música emergente, valorizando a cultura independente e inspirando uma nova geração de artistas ao fortalecer os laços que unem a comunidade musical nacional. 

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“Não estou preocupado em fazer algo que seja padrão e que já existe: quero criar a minha identidade e o meu próprio som.” -Jacaréu

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