Olhar para aprender - a estória de Analide do Carmo, caldeireiro de Loulé

À medida que adentramos na Rua da Barbacã, em Loulé, o som do martelar no latão e no cobre persegue-nos e não engana: aproximamo-nos da Oficina de Caldeireiros, da qual espreita e acena Analide.

 

“- Qual é a peça mais difícil de trabalhar?

- Uma chaleira. Porque é pequena,
mas tem muitos pormenores.

Tem o bico, tem a asa, tem isso tudo.”

É difícil a insensibilidade, claro o espanto, diante de alguém que nos fala, à sua maneira, da grandeza do que até pode ser pequeno em forma, mas não no trabalho necessário à sua construção. Falamos de Analide do Carmo, de 75 anos, que desde miúdo faz da Caldeiraria o ofício pelo qual ocupa os dias. Um ofício que havia suspendido até o virem buscar a casa, há cerca de sete anos, porque, diz, “reconheciam que eu sabia fazer isto”, pelo que seria a pessoa indicada para a revitalização desta expressão artesanal - objectivo principal do Loulé Criativo, e ser, assim, um dos protagonistas que mantém viva a Oficina de Caldeireiros. Trata-se de um espaço edificado onde, outrora, se acolhia a “Caldeiraria Louletana”, e que hoje permite a criação e comercialização de peças pelos artesãos que a essa casa vêm chamando de sua.

Questionado sobre a sua entrada na caldeiraria, Analide leva-nos de volta a um Portugal empobrecido e abandonado, muito em resultado da apologia feita a um ruralismo imperativo à manutenção dos valores vigentes durante o regime do Estado Novo - e que deixou sequelas, em particular na região algarvia. Com Analide pensamos, também, a plasticidade e o relativismo das ideias de pobreza e dependência, hoje invertida, colocando os jovens na posição outrora ocupada pelos mais velhos: “antigamente, saíamos da escola e íamos trabalhar para ajudar os pais. Era diferente de agora: hoje, trabalhamos para ajudar os filhos. Era uma geração muito triste, e, em moço, um colega do meu pai ensinou-me a caldeiraria.”

 
 

I - A Caldeiraria no imaginário popular e mitológico

Pedras amarradas em madeira, com as quais se criavam lâminas de corte para caçar, pescar ou trabalhar a terra: assim eram as pré-históricas ferramentas criadas para servir necessidades que se vieram arrastando pelas eras e ajustando às demandas das comunidades formadas ao longo delas. Ao cobre - primeiro metal a ser manuseado, seguiu-se o estanho e, da fundição entre eles, o bronze. Com a descoberta de novos minérios mudaram as maneiras de trabalhá-los: às meras fogueiras ancestrais seguiram-se fornos abertos em altas temperaturas, forjas alimentadas por carvão para fundir a matéria-prima e torná-la apta ao amolecimento que permite moldá-la e transformá-la em objectos. A ilustrar a imanência que tinha a ferraria nas sociedades, olhemos a mitologia clássica: na grega, representado por um martelo, uma tenaz e uma bigorna, surge Hefesto, deus dos ferreiros, dos metais e do fogo; na romana, Vulcano.

 
Figura 1 - “Tétis nas Forjas de Hefestos esperando novas armas para Aquiles” 
(Museu Arqueológico de Nápoles) 
Figura 2 - “Vulcano” (1637), de Peter Paul Rubens 
(Museu do Prado)
 

“Caldeireiro”, nomenclatura cuja origem situamos na França medieval (1327), e figura assídua em cada povoado por ser nele necessária à satisfação de necessidades quotidianas. Todavia, com a Revolução Industrial e o surgimento dos primeiros equipamentos a vapor (entre a segunda metade do século XVII e a primeira do século XIX), aquilo que outrora o ferreiro fazia pelas mãos podia agora ser acelerado pela máquina automática. Assim se explica a extinção progressiva das ferrarias: os ferreiros tradicionais deixam de conseguir acompanhar a produção tecnológica e começam a fechar as suas lojas, varrendo-se assim para um lugar quase mitológico a figura do ferreiro das cidades. Os que ficaram dedicam-se hoje a criar o que as máquinas não conseguem e, conciliando as técnicas da ferraria tradicional com as demandas dos curiosos de hoje, a reiventar o ofício. Numa altura em que o objectivo da Caldeiraria já não é somente o utilitário (deixamos isso para as grandes máquinas), abre-se espaço ao personalizado, ao experimental, a uma liberdade de criação que vemos espelhada nas peças realizadas pelos aprendizes da Oficina dos Caldeireiros, em Loulé, e que mais adiante nos fala Analide.

 

II - Da chapa à peça, um trabalho lento de metamorfose

Nos meandros da enumeração dos passos que compõem o processo de criação de uma peça, Analide fala-nos da necessária precisão nos gestos: afinal, eventuais erros no desenho, nas medidas, cortes ou soldas, culminarão em peças defeituosas ou mesmo inutilizáveis. “É tudo feito a partir de um disco redondo: com o compasso desenho um disco, um círculo como este, que estive a marcar antes de chegares para fazer umas tacinhas, como aquelas que vês além, pequeninas. Depois corto, arredondo, vou moldando a cada vez que é batido; de seguida, tem de ser queimado, para não partir, para ficar mais mole, maleável; para depois fazer nele o molde, com o maçarico, e ainda leva uma costura, como aconteceu com aquele cântaro que vês ali, já soldado. Por fim, as duas últimas coisas a fazer: polir e limpar.” À lista de cuidados acrescem aqueles a ter para com a oxidação dos materiais e peças, porque, “por vezes, com o tempo de aqui estarem, há peças que vão oxidando. O cobre oxida mais; o latão nem tanto.” Digo, entre nós, que há um certo esoterismo nas palavras de Analide que ele talvez nem sonhe, como se pudéssemos extrapolar o sentido desta aparente descrição meramente técnica para outros foros, exercícios ou ritos pelos quais nos manejamos: desenhar, soldar, queimar, limpar, polir, cuidar do oxidado ou, melhor, cuidar das coisas para que não oxidem. Olhemos ainda o paradoxo: a técnica que catapultou a industrialização do mundo e, com ela, a aceleração, é também aquela pela qual se demora este homem, como se a resistir, como se a desacelerar o tempo. Olhemos a calma necessária ao aperfeiçoamento desejado, um ritmo que se espelha, por exemplo, na cataplana - objecto que pode demorar dias a criar ou a reparar.

Pergunto-lhe, quase em jeito de criança, por que razão reluzem tanto umas peças e outras nem tanto, uma dúvida que em  tom de evidência me é esclarecida: “esta que brilha está limpa, esta que não brilha está suja!” responde Analide, que avança na explicação sobre a diferença dos materiais: “esta chapa é latão - liga de cobre (70 por cento) com zinco (35); é vendido aos discos, às chapas de 2x1 metros. O latão é mais difícil de trabalhar, fica rijo; trabalha-se mais com ele, temos de dar-lhe mais marteladas. Esta, por sua vez, é cobre puro. O cobre vem das Minas de Corvo, depois vai para Espanha, segue para a China e só depois é que volta para Portugal. Farta-se de viajar até regressar!”

A diferença dos materiais percebe-se pelo peso e pela cor: do cobre, mais rosado, ao alumínio, azulado, que “não pesa nada; parece um bocado de papel”, um material com que costuma trabalhar Iurgan, aprendiz que “faz peças um bocadinho mais modernas, por oposição às minhas, mais tradicionais”, esclarece Analide, à medida que caminha  por entre um redor que é feito de máquinas várias, cujas funções nos vai explicando: “antes, a gente tinha a forja, mas faz muito fumo e o alarme começa a apitar. As pessoas também não querem fumo lá fora. Este é um martelo goleado de meia cana, eu chamo-lhe assim; depois, para martelar, usa-se um destes, que tem de estar limpinho, senão fica picado. Sobretudo o cobre, porque, como é um material macio, e como o batemos em cima da bigorna, se o martelo e a bigorna não estiverem limpos, fica todo picado. Tudo isto tem de estar  limpo.”

No embalo da conversa sobre o processo, pergunto a Analide quais as peças mais prazerosas de criar. “São as médias, porque faço-as sozinho. Para as peças grandes preciso sempre de um acompanhante que me ajude a segurar. Por exemplo: para fazer uma cataplana grande como esta, não consigo segurar uma chapa sozinho. Tal como para usar a bigorna: tem de haver uma pessoa a segurar, senão, não consigo martelar certo.”

 
 

III - Cataplanas: entre a arte de reparar e o kitsch

Apesar da crescente diversidade do espólio que agrega os trabalhos de Analide, este homem é conhecido pelas cataplanas que confecciona de raiz ou repara. Encostada à parede está uma que, pela dimensão e pormenor dos bordados, será raro o olhar indiferente. “É de Marrocos. Veio para cá porque estava verde, cheia de zinabre. Aqui ainda se nota onde havia manchas. Normalmente, estas grandes são usadas como base de mesa, mas pediram-me também uma argola, para pendurar; para ninguém mexer.” A par dessa, refira-se ainda aquela que fez “para o Restaurante Vila Vita. Já lá foste? Quando fores, pede-lhes que te mostrem a cataplana que lá está; tem noventa centímetros de boca. Estas têm oitenta. Tenho feito tantas... geralmente, entre 65 e 70 centímetros de boca.”

 
 

As cataplanas “são estanhadas para não ganhar verdeto (óxido de cobre, camada de cor esverdeada que se forma em superfícies de cobre ou de latão). Se deixares comida lá dentro e não tiver estanhado, é uma chatice. O cobre tem de estar muito bem limpo; não se pode deixar comida de um dia para o outro. Isto é estanho puro. Uma lata daquilo custa 180 euros; vem da Alemanha” (mostra-me a lata de estanho, onde se lê 97% de estanho e 3% de cobre).“Tal como o cobre, o estanho está caríssimo! Quando cheguei à Oficina, uma latinha destas custava setenta e tal euros. Hoje, custa cento e oitenta. Vê lá tu quanto aumentou!

 
 

Ainda de volta das cataplanas que cercam Analide, há uma outra por arranjar - “a esta faltam dobradiças de fecho; também tem de ser estanhada. Tira-se então o estanho para estanhar novamente, para que fique toda branca. Assim estanhado, é só passar um pano e a peça fica brilhante, fica limpinha, fica nova. Está bonita, não está?”

“- Parece magia...

- Eu é que não me consigo pôr novo!

- Para isso é que não há máquinas…

-Não há, não; se houvesse, ninguém ficava velho, nem mesmo os ricos!”

Uma piada cuja leveza é transformada por Analide em ponte para as nuances políticas de um tema bem mais profundo - a assimetria social  que os cemitérios exaltam; a volatilidade de uma crença política: “vejamos o que quiseram fazer ao cemitério: há uns anos, quiseram construir uma porta para os ricos, em cima, onde estão os jazigos, e outra cá em baixo, para os pobres. Vês o que é a Política? Eles chateiam-se, matam-se, esfolam-se, e depois são todos iguais. Eu sempre votei e hei-de continuar a votar enquanto for vivo; o meu voto nunca foi branco. Voto naquele em que me interesso, mas, a verdade é que já votei em muitos nos quais, hoje, dessem-me o que dessem, não votaria novamente.”

 

 

Como qualquer objecto que  sofre a descuidado o perigo da replicação que compremete (anula?) o que há de genuíno na sua essência (uma genuinidade somente possível se criada pelas mãos? Se nas mãos deixar vestígios da arduosidade que lhe subjaz? Se deixar no objecto vestígios das mãos?), também na caldeiraria semelhante sucede:“as cataplanas que tu vês por aí, muitas vezes penduradas nas portas das lojas, são falsas; aquela que ali está comprei eu, para mostrar às pessoas que aqui vêm; para que vejam e percebam a diferença. Já me venderam uma cataplana a 29 euros mas, só para perceberes a diferença: sabes quanto custa aquela que está além, mais pequena, de chapa, mais fechos e estanho? 50 euros” - uma média do que apura diariamente com as cataplanas. “O cobre custa muito dinheiro; está caríssimo: antes, custava sete euros e tal ao quilo; agora, vinte e tal. Também daí o custo de uma cataplana. Queres ver a diferença?” (Põe-me uma réplica de cataplana numa das mãos, e uma “verdadeira” na outra):

 “- É leve, digo.

- Vê lá agora o peso desta.

- Não tem nada a ver.

- Estás a ver a diferença que faz?”

 
 

Analide carrega a missão de fintar a replicação falsa da cataplana, missão que é facilitada pelo facto de ser um dos poucos a dar continuidade à criação tradicional de cataplanas de cobre. É ele mesmo que  o diz: “sabes o que te digo? Neste país, não conheço ninguém que faça cataplanas à mão. Ainda para mais, como isto é de cá, do Algarve, daqui para cima nem sequer há quem as faça.” E, de facto, a cataplana trata-se de um recipiente cuja origem remonta ao período Árabe (daí que seja frequentemente aludida à tajine marroquina) e que tradicionalmente serve a cozinha típica algarvia (evoquemos as famosas cataplanas de peixes e mariscos), tendo o cozinhado aí preparado absorvido o nome do próprio objecto.

 
 

IV - A complexidade do que aparenta simples;
a atenção ao detalhe

“As pequenas coisas...não há nada maior, certo?”

Questionado sobre qual a peça mais difícil de trabalhar, Analide identifica “a chaleira. Porque é pequena, mas tem muitos pormenores. Tem o bico, tem a asa, tem isso tudo. É a peça mais trabalhosa e mais cara que temos. Mais difícil que uma cafeteira.”

“É curioso: as coisas mais pequenas são as mais difíceis de trabalhar”, reflicto com ele, tendo em mente a passagem supracitada sobre o que há de supremo no detalhe, retirada do filme Vanilla Sky (Cameron Crowe, 2011).

“E o alambique? Imagino ter sido também muito trabalhoso...”, questiono. Analide concorda, mas, enfatiza, não tanto quanto uma chaleira. Em redor surgem igualmente outros objectos de pequeno porte, como “ganchinhos para as gravatas”, feitos por um outro aprendiz das oficinas, ou símbolos como o coração que, para fazer, é preciso “marcar com lapiseira, lápis ou giz.” Já o bordadinho, “é ir polindo, batendo com um martelo mais frágil e amarrotando no centro. As peças pequenas requerem martelos diferentes das grandes.” Isto porque, a par das peças que cria, Analide é também responsável pelo desenvolvimento de workshops de caldeiraria, uma novidade no tempo deste caldeireiro e na qual reflecte: “a mim ninguém ensinou. Eu é que tive olhinho para ver! Antigamente não se ensinava nada, nem sequer aos pedreiros ensinavam a fazer a massa; tínhamos de olhar para aprender, e ter imaginação.”

A par das peças habitualmente criadas por Analide ﹘ e apesar de ser conhecido pelas criação das tradicionais cataplanas de raiz  e pela sua reparação, há no mestre uma vontade de, paralelamente, reiventar a arte, um desejo que é também partilhado pelos clientes: “há pessoas que trazem desenhos para que tentemos transformar em peças; candeeiros, por exemplo. Há ainda muita coisa que é fruto da nossa imaginação. Fazer sempre as mesmas coisas é que não!”, diz-nos.

 
 

V - O quotidiano de fulgor que não esgota;
a admiração dos que visitam pelo que é rotina

Pergunto a Analide que fulgor o faz regressar à oficina todos os dias. “Volto porque gosto”, responde-me, dando assim sentido a um quotidiano que é ele mesmo esse fulgor constante,  por mais que a família lhe diga que “já devia estar reformado, que já não tenho idade  para trabalhar”, como escuta por vezes da esposa Engrácia ou das filhas Sandra e Analídea (que, conta-nos, “já era nascida quando fui mandado para a Guiné; com medo de morrer lá, puz-lhe o meu nome”).

Quando lhe confesso querer saber no que pensa quando faz as peças, Analide fala-nos novamente da importância da precisão dos gestos, da firmeza da mão: “penso em ter cuidado, filha. Muito cuidado e muita atenção. Quando se está na máquina não se pode falar com este e com aquele. Temos de estar concentrados no que se está a fazer, se não isto come a carne da gente! A roda de aço é pior que lixa!” No decorrer do risco e do perigo como assuntos, pergunto-lhe se nunca se magoou: “ainda não; Deus queira que não. Vi foi um a ficar sem o dedo; olha, é aquele que está além à esquerda, naquela fotografia. Estava com as mãos na roda, que aqueceu. Nesta sou eu, um miúdo de 17 anos, um borrachinho; aqui nesta também sou eu, no lugar onde aprendi o ofício; esta fotografia tem 56 anos, por isso estás a ver a idade que já tenho hoje...”

 
 

Há algo de irónico no movimento dos passantes que param diante desta porta e se assomam: aquilo que para estes se trata de uma extraordinária e quase exótica experiência, corresponde, afinal, à rotina e ao mundano para este homem. Mudam os rostos dos que se assomam, mudando eles mesmos de rosto ao ter finalmente diante dos olhos a desejada imagem a corresponder ao som que os trouxera à Oficina; a imagem que sacia o mistério do som. Mudam os rostos que assomam, mas não o acto de assomar - que é diário, tão rotineiro quando a caldeiraria para Analide, um assomar que faz rotina com ela, com a diferença de que, ao passo que os que se assomam apenas por lá se quedam alguns minutos, seguindo depois viagem para a próxima atracção que a cidade tem para oferecer, Analide continuará por lá até ao sol posto. Ao pensar nisto, lembro a ilustração de William Small - o ver fazer para aprender como se faz, método pelo qual também Analide entrou neste ofício, como nos conta atrás. Hoje, as crianças que espreitam por entre o postigo oitocentista corresponderiam às cabeças que surgem nas escadas que principiam a porta da  Oficina. Apesar das Eras diferentes, vejamos a atemporalidade da observação e do assomo como gestos; da curiosidade e da contemplação como características imanentemente humanas. “Vem muita gente visitá-lo? Não é toda a gente que tem o prazer de ter pessoas a vir ver o seu trabalho…como é que  lida com isso?”, - pergunto - “Oh, tanta gente! Antigamente, quando as pessoas ainda não vinham aqui, tinha vergonha; mas agora já estou habituado. Estou aqui entretido, ganham-se mais uns trocos, como se costuma dizer, e a gente tem uma vida regalada. Com a minha reforma e o que vou apurando disto, tenho uma vida regalada.”

 

“Blacksmith and his young apprentice working in a forge with children looking on”
(William Small, 1892)

 

“Tira aí uma foto à gente, aqui ao pé das peças;

-Vai ser uma estrela!

-Eu cá não sou estrela nenhuma.

-Claro que é! Veja lá bem esse seu sorriso simpático...”

Soa então o obturador que traz a despedida de uma visita que finda como começou: com o espreitar e acenar dos corpos, desta vez não de Analide, que posa agora para a fotografia, mas dos que aqui chegam para espantar a curiosidade, conhecer de perto a arte da Caldeiraria, perseguidos pelo som do martelar da chapa, o mesmo som que nos havia perseguido até aqui chegarmos.

 
 
Texto de Ana Rita Rodrigues
Fotografias de Alexandra Farinho
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