Olhar para aprender - a estória de Analide do Carmo, caldeireiro de Loulé
À medida que adentramos na Rua da Barbacã, em Loulé, o som do martelar no latão e no cobre persegue-nos e não engana: aproximamo-nos da Oficina de Caldeireiros, da qual espreita e acena Analide.
De símbolo de pobreza a elemento de moda, pela palma se reinventa a tradição
Alcofas, capacheiras, alcoviteiras, cabanejos, golpelha, ceiras e albardas – quantos conhecem estes termos ou sabem que designam objectos indispensáveis a um quotidiano de outrora; quantos lembram do tempo em que era deles a vida rural, ou os viram já registados em postais, fotografias e demais representações iconográficas da tradição algarvia?
Fechar os olhos para ver melhor
Há 40 anos, Rosa Martins trocou o Porto por Lisboa. O parco poder económico do agregado familiar e as míseras condições habitacionais culminaram numa meningite que a cegou, aos quatro anos. Apesar disso, como “para cantar não é preciso ver”, a música tornou-se subterfúgio. Por isso, aos 17 anos fez da Rua Augusta palco onde passa mais tempo do que em casa, em Almada. Apesar das dificuldades acrescidas por ser cega, afirma viver “já habituada à companhia que é a televisão”.
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