Vitorino de Almeida e Nádia Sousa: “sabes tocar piano? Eu não sei cantar. Por isso, precisamos um do outro para criar isto”

​A 15 minutos de um concerto, decidimos convidar o Maestro Vitorino de Almeida e a cantora Nádia Sousa para uma conversa informal. Assim, na mesa de um restaurante, divagámos sobre a vida, sobre Portugal, sobre o espetáculo “Pequena História da Música Francesa” que estes dois artistas têm vindo a difundir e sobre o que os uniu: a música.

Começando pelo início dos inícios, como é que se conheceram?
Nádia: A história já é conhecida de algumas pessoas por causa do fator Chuva de Estrelas. No ano 2000, fui vencedora desse concurso e o Sr. Maestro foi júri. Foi uma circunstância muito engraçada que eu gosto sempre de contar. Isto porque o Sr. Maestro, quando soube que eu ia cantar/interpretar, na altura imitar Piaf, tendo ouvido primeiro a minha voz numa entrevista a falar com a Bárbara Guimarães, benzeu-se.
Maestro: Não me benzi.
Nádia: Benzeu-se, Sr. Maestro, eu sei. Foi do meu conhecimento. (risos)

Quando comecei a cantar Piaf, a coisa correu de maneira completamente diferente, no sentido em que, passado um ano, o Sr. Maestro estava a convidar-me para trabalhar com ele. Aquilo que teria sido apenas uma participação especial num espetáculo acabou por ser outra e outra participação especial. Até que comecei a fazer as primeiras partes num espetáculo que o Maestro tinha com o Carlos Mendes em homenagem à Broadway. Surgiu então um espetáculo de homenagem à música francesa com nomes como Piaf, Jacques Brel e Charles Aznavour. Hoje em dia já há até outro espetáculo fantástico com Paulo Jorge Ferreira, acordeonista maravilhoso, onde é feita uma homenagem à vida de Piaf. É um espetáculo incrível...

Então tudo isso surge um ano depois de se conhecerem. Não foi de imediato?
Maestro: Imediato até foi, mas faltava a oportunidade. Assim sendo, na primeira oportunidade que tive, chamei-a. Vi imediatamente que era um caso incomum, a musicalidade dela. A princípio, a imitação é muito limitativa. É algo onde dificilmente a pessoa não sai ridícula, e ela não só não saiu ridícula como me emocionou. Que é uma coisa que numa imitação nunca me acontece, nunca me emociono. Acho que aconteceu pela primeira vez na minha vida: quando ouvi esta miúda a cantar, emocionei-me.

E na altura com que idade, Nádia?
Nádia: Eu tinha 21 anos.
Maestro: Pois. E a cantar à maneira da Piaf! Notava-se que estava muito consciente de que estava a imitar a Piaf e via-se que tinha capacidade para depois fazer o mesmo sem ter que imitar. Algo que ela hoje faz. Que é uma coisa ainda mais complicada, na minha opinião. Imitar Piaf é difícil, mas não imitar a Piaf a cantar as coisas dela é…

Ainda é mais complicado?
Maestro: Bem, na verdade não sei, eu nunca cantei na vida, para bem dos que me rodeiam. (risos)
Mas foi de facto a sua musicalidade, a inteligência com que a Nádia lê a música, sabe? A música tem que ser lida, não necessariamente de uma forma teórica como na pauta.


Nádia, depois de ouvires estas palavras, qual é para ti a sensação de trabalhar com um das maiores referências da música portuguesa na actualidade?
Nádia: No fundo, a responsabilidade será sempre muita, mas a verdade é que hoje em dia, além do génio musical, tenho um grande amigo. E sou muito grata por ambos. Muito grata pelo convite, que era para ter sido apenas para uma participação em duas ou três músicas e se tornou na oportunidade de partilharmos o palco.
Lembro-me de, há uns anos, lhe ter dito: “Oh, Sr. maestro, você é que é a estrela”, ao qual ele, de forma tão humilde, me respondeu: “mas, tu sabes tocar piano? Olha, eu não sei cantar. Por isso, precisamos um do outro para criar isto.” Estas palavras foram para mim de uma humildade e de uma generosidade tão grandes, que não as esqueci.
É muito bom estar a trabalhar com alguém que sempre me estendeu a mão. Eu tenho o Maestro ao meu lado para uma opinião, para um conselho. Por vezes, tenho decisões a tomar, mesmo a nível da minha carreira, e o Sr. Maestro está sempre lá para mim. Isso não tem preço. Obrigada, sempre.

Conta-nos como tem sido o teu percurso e gerir a tua carreira desde “Chuva de Estrelas”.
Nádia: Foi também um grande crescimento pessoal, o Sr. Maestro também me ajudou a filtrar, dando-me sempre a sua opinião nas minhas escolhas. No entanto, também posso dizer que seguir os conselhos do Sr. Maestro, é fazer as escolhas certas com responsabilidade acrescida. É um elogio. O que eu quero dizer é que o Sr. Maestro me ensinou a valorizar a música, a respeitá-la e a respeitar-me a mim própria. Por isso, eu podia fazer muitas outras coisas que escolhi não fazer para ser sempre fiel a mim própria.
A nível de espetáculo, já muito referi. Por exemplo, já tive a oportunidade de ter um disco de uma banda a que pertenci, Spelling Nadja, para o qual o Maestro fez arranjos. Já fizemos muitas coisas juntos e vamos continuar a fazer.
Maestro: O problema é o seguinte: eu acho que quando aparece um talento musical específico, como a Nádia, numa sociedade que cada vez mais, e bem, pretende globalizar-se, extrapolar fronteiras é perfeitamente imaginável. Simplesmente, as oportunidades são cada vez mais difíceis de encontrar aqui. Isto é como o futebol: não vale a pena rematar sempre. Se tens a certeza que a bola vai fora ou que vai para o adversário, não vale a pena rematar. Uma coisa é passar ao do lado, passar ao outro, fintar, até existir oportunidade. E eu continuo a acreditar que um dia, não vou dizer amanhã, pois amanhã o concerto é em Faro, pelo que já está tudo no seu devido lugar (risos), a Nádia terá oportunidade de ser uma artista universal. É isso que define a carreira dos artistas: a sua universalidade, não a sua, digamos assim, nacionalidade. As fronteiras estão a acabar. E a verdade é que a jogada não está a correr mal. Ainda não vale a pena rematar, mas acredito que daqui a um ano a minha conversa já possa ser outra relativamente à Nádia. Há que acertar no momento certo. E espero que o momento certo para a Nádia aconteça. Se calhar já não é na primeira, mas numa segunda parte do jogo. Espero é que não aconteça nos descontos. (risos)

Falando sobre o concerto de hoje, veremos a Nádia a cantar músicas de Piaf, não parecendo a Piaf, tal como disse anteriormente?
Maestro: Ela canta também músicas de Brel e de Aznavour. E, aliás, sobre as ditas “músicas de Piaf”, nenhuma delas é de Piaf. (risos) Todas têm o seu autor, mas isso é como tudo. E é assim mesmo. Tal como aconteceu com o Fado de Carlos do Carmo, com o Fado de Amália, mas bem: o intérprete torna-se um co-autor da obra.
Nádia: Tanto podemos enaltecer um tema, como destruí-lo.

Pedia-vos que falassem um pouco sobre este espetáculo. Primeiramente, gostava de saber o que vos cativa, em particular, na música francesa.
Maestro: Bem, eu de facto gosto muito da música francesa, mas não vou dizer que não tenho também um fascínio enorme pelos standards do jazz. Tem músicas e melodias fantásticas. Se formos para os italianos e para os brasileiros... oh, meu Deus! Há tanta tanta coisa boa.
A verdade é que a música francesa será sempre uma especialidade da Nádia, não querendo dizer que não seja capaz de cantar outras coisas, e bem.

Sabemos de antemão que há um cruzar entre a história contada e aquilo que vão interpretar, correto?
Nádia: Correto. É a “Pequena História da Música Francesa” e o Maestro, como comunicador que é, seria impensável não existir este cruzar.
Maestro: Atenção! É uma pequena história da música francesa, até porque estamos a passar por cima de muita gente boa que não contemplamos neste pequeno repertório.
Nádia: Quanto a mim, esta paixão pela música francesa sempre esteve presente, desde pequenina. Eu nasci na Bélgica, e lembro-me do vinil lá em casa estar sempre a rodar. Ouvia-se bossa nova, ouvia-se música clássica, ouviam-se os grandes compositores e cantores franceses. A minha primeira Amália foi a Piaf e o meu primeiro Zeca Afonso terá sido um Brel. Acredito que sou uma privilegiada porque, mais tarde, tive a oportunidade de vir beber de outros artistas por cá. A verdade é que essa costela ficou mesmo muito vincada em mim e tive o prazer de encontrar uma pessoa, o Sr. Maestro, que tanto me tem ensinado e que partilha deste mesmo gosto. Acima de tudo, gostamos muito de trabalhar um com o outro e arranjamos sempre pretexto para voltarmos a trabalhar juntos. Na música francesa, acho que criamos algo muito especial. Esta noite quem estiver presente vai ter a oportunidade de cantar connosco La Vie En Rose e de partilhar bons momentos. Está muito evidente no nosso espetáculo a nossa cumplicidade, vamos contando histórias interessantes e o público estará presente connosco no palco, pois vamos interagindo bastante. É um espetáculo muito intimista e, ao mesmo tempo, muito próximo do público.

Maestro, nesse contexto da proximidade e das histórias que se podem ouvir contar e cantar, gostava de saber se os anos que passou na Áustria, naquele período em que bebeu muito daquela forma de ser e de estar de uma Europa mais Europa do que aquela que nós vivemos aqui “neste cantinho”, o influenciaram.
Maestro: Uma das coisas de que me lembro, perfeitamente, é de estar na Áustria e me ter dado assim um “arrebate” e me questionar “Mas que tamanho é que tem Portugal?” Verifiquei que na tabela dos países europeus e estamos entre os maiores e não entre os menores. Foi Salazar que o inventou e, pelos vistos, o 25 de Abril seguiu essa ideia de que somos um país muito pequenino. Isso é mentira! Somos um país de um tamanho perfeitamente normal, somos maiores que a Áustria, Dinamarca, Suíça, Holanda,maior que uma data deles. Somos maiores que a própria Suécia na zona habitada, sendo que a maior parte é gelo. Portanto, a que propósito é que portugal é pequenininho, coitadinho, e que temos de ser tratados com muito carinho, e podemos fazer as asneiras que quisermos?(risos) Também eu fui criado nessa ideia de que era um cantinho ali da Europa, sim. No “inho” do Portugalzinho. Bem, mas coitadinho porquê? Temos dois prémios Nobel. Somos campeões europeus. Temos grandes atletas, grandes escritores, grandes atores, alguns com carreira internacional. E só não temos mais porque estamos cá no cantinho. Resumindo: não há motivo nenhum para Portugal ser dos pequeninos e essa justificação deixou de valer para mim.

Hoje em dia, culturalmente, como olha para Portugal?
Maestro: Há fenómenos estranhos. O povo anda esquisito. “O povo anda esquisito” era uma frase que se usava no tempo de Salazar. (risos) E de facto é verdade, porque realmente o país nunca esteve tão mal em termos culturais. No entanto, nunca houve tanta gente tão boa. Como é que é possível? Há uma contradição total!
Por exemplo, se me perguntassem se há 40 anos existiam músicos suficientes para formar uma orquestra, eu responderia que não. Hoje em dia há músicos para formar cinco ou seis orquestras sinfónicas, mas daquelas autênticas. Isto só em matéria de música, mas há também crescimento cultural noutras coisas.
Nádia: Há música e há salas. Salas é o que não falta.
Maestro: E há público! Hoje, quem ouvir falar do nosso concerto no noticiário, vai achar que “o velhinho e uma rapariga de 40 anos vão cantar para uma casa deserta”. Isto é o que ressai da filosofia que transcende do palavrório televisivo e que informa ou que desinforma as pessoas. A verdade é que os concertos estão sempre cheios! De fevereiro a abril ouvi cinco concertos sinfônicos com cinco orquestras diferentes, sempre cheios! E foram em grandes metrópoles, como em Montealegre e locais assim, locais que ombreiam com Londres e Paris. Tudo isto para evidenciar que “o que faz falta é avisar a malta”. A grande filosofia de José Afonso. Está tudo nesta frase.
Nádia: Estudamos na escola aquela situação do emissor e do receptor. A mensagem está a ser interrompida. Há qualquer coisa ali no meio que faz com que a mensagem não passe.

Eu nem vou perguntar o que possa ser…
Nádia: Muitas vezes também é aquilo que é servido à mesa. Se só servirem dois pratos ou se o menu só tiver dois pratos, só podes escolher entre esses dois. A verdade é que há uma lista muito mais extensa e variada. Há outras coisas fantásticas para serem usufruídas.

Vão estar em palco duas gerações. Aliás, juntamente com a plateia, vão estar muitas gerações. Por certo terão pessoas tanto bem mais novas como mais velhas que vós. Da experiência que ambos têm e dos pontos de vista completamente diferentes, quais são os conselhos que deixam a quem vos ouve?
Nádia: Nós, pelo menos em relação a este concerto, queremos acima de tudo passar a mensagem de que a música, quando tem qualidade, não tem de ter tempo. Ela pode ser intemporal.
Maestro: Desculpa por interromper, mas, se tiver tempo é porque não presta.
Nádia: É porque tem um prazo. Há muita coisa com prazo e muita coisa fora de prazo a ser consumida.
Mas o que eu quero dizer é que, muitas vezes, nestes concertos mais intimistas, conseguimos olhar para o rosto das pessoas. O mesmo rosto que no final do concerto vem ter comigo, com lágrimas nos olhos, dizendo “Obrigada. Fizeram-me voltar à minha juventude e aos momentos em que namorava o meu marido.” É por esta senhora e por momentos preciosos que sentimos que estes concertos mais intimistas valem a pena. É esta a função da arte: criar emoções, passar uma mensagem e fazer as pessoas sentir. Se essa nossa arte não conseguir criar algo, fazer as pessoas fugir da sua realidade, criar emoções, então não fizemos nada.
E depois temos ali outra geração, “de jovens dos piercings e das rastas” como o Sr. Maestro diz. Também essa gerações que consegue apreciar os grandes clássicos da música francesa. Pelos vistos Brel e Edith Piaf não se vão perder no tempo.
Maestro: Para já, uma das coisas que eu acho extremamente insultuosas e que, se me dissessem a mim, me deixariam perfeitamente magoado, é falar-se na música dos anos 70 ou de música dos anos 80. Como assim? A música durou apenas 10 anos? Para mim, isso é um insulto.
Por exemplo, falarem de mim e dizerem “nos anos 50 é que ele era”, é um insulto. Desculpa lá, quer dizer, é a minha vida inteira. A cultura, a música e todas as artes nascem para ficar, para sempre. Tal como disse, se não ficar para sempre é porque não presta. Essa ideia dos anos 60, 70, acho que é errada.
Nádia: As pessoas têm muita necessidade de rótulos, Sr. Maestro. De colocar as coisas em gavetinhas, em caixinhas.
Maestro: Então comprem na mercearia e ponham lá os rótulos nas batatas, nos alhos, no que quiserem! Mas na música não. Há grandes artistas que já uns 100 anos teriam agora…
Nádia: A Piaf já teria.
Maestro: A Piaf já fez 100 anos? Eu quero lá saber da idade da Piaf, viva ou morta. Não me interessa. Interessa-me é a música de sempre, a que se faz hoje, a que se fez ontem, a que se fará amanhã. É isso que se quer.
Eu costumo pensar assim: o conservador defende o valor do passado e é bom que haja pessoas a cuidar destas coisas. Ainda bem que não sou eu. O progressista é o que pensa no futuro e o reacionário é o que pensa no presente. O que pensa no que está a dar. Todos os que fazem “o que está a dar” são reacionários, pois o progressista diz que o que “está a dar já deu”. Nós estamos a viver numa época profundamente reacionária. É muito isso nos concertos, por exemplo, a famosa música contemporânea... eu pergunto “de quem?”

De nós. Dos reacionários. Acaba por ser um pouco clónico.
Maestro: Claro, claro. Portanto, quem depois do sucesso não pensa em mudar para outra coisa, é porque, de facto, não é grande coisa. As pessoas até podem falhar em muita coisa, há experiências falhadas, claro.

É importante para descobrir novas coisas.
Maestro: Sim, e o espírito da experiência é fundamental. Mas não é estar todo contente por ter tido um êxito e passar a vida inteira a falar desse êxito, isso não.

Já ouvimos algumas entrevistas do Maestro em que diz que o seu foco está sempre naquilo que vai fazer a seguir para superar tudo o que já tenha feito. Não uma questão de superação, mas uma forma de continuar a andar. Fale-nos um pouco disso.
Maestro: A única forma da pessoa aguentar o confronto com o tempo, um confronto que é violento, é estar sempre a tentar fazer algo mais importante do que alguma vez fez. Aí, a pessoa ganha ânimo, força e gás para avançar. A pessoa que diz que o melhor que fez foi o que já fez, está lixada. O mais importante está sempre por fazer.
Nádia: E o Sr. Maestro não tem só uma coisa por fazer: tem sempre várias! Quando eu vou ter com o Sr. Maestro, ele não tem um projeto, está sempre a fazer isto e a fazer aquilo. Há sempre tanta coisa a acontecer.
Maestro: Fiz o que fiz e já foi. Bem, mas isto não é uma filosofia para viver, é algo para nos defendermos. O Verdi escreveu a maior obra com oitenta e tal anos. A idade não quer dizer nada.

Vivemos numa época em que as novas gerações procuram resultados demasiado imediatos. E como deu o exemplo do grande compositor que chegou à sua masterpiece já acima dos 80, é esse o espírito que pode marcar a diferença?
Maestro: Só que esse espírito deve cultivar-se na juventude. Se não fosse assim, nem Mozart tinha feito o que fez, pensaria talvez que tinha ainda muito tempo pela frente, não é? Sendo que Mozart morreu com 35, Schubert com 31, Pergolesi com 26. António Fragoso, grande compositor português, morreu com 21, e mesmo assim fez obra e boa. É claro que a pessoa não pode esperar pelos 80 para o fazer. A próxima hora é a mais importante!

E a próxima hora é a do concerto, não é?
Maestro: Exato. É assim que deve ser.
Nádia: Gostava de acabar esta conversa com uma frase com que o Maestro costuma iniciar os espetáculos. Voltando um pouco ao tema das caixinhas, para o Maestro Vitorino de Almeida “só existe música boa ou música má e não vale a pena mais caixinhas.”
Maestro: E a péssima, claro!

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