goldcobra: “sem Paris, não existiria goldcobra. Foi a partir desta cidade que goldcobra tomou forma e onde fui esculpindo esta personagem”

No passado, Marcos Alfares debruçou-se em diversos projetos em que o rock e a electrónica se destacavam. Recentemente, decidiu avançar para algo novo, entregando-se ao pop com temáticas dos anos 80. goldcobra é o seu projeto mais recente.

​Marcos, qual é o mundo de goldcobra?
Simples. O mundo de goldcobra é um GIF animado de um fim de tarde de verão, a conduzir um descapotável numa estrada à beira da praia.

Quando decidiste dar forma a essa ideia?
Sempre fui fã da estética dos anos 80, desde os filmes à música. E uma roadtrip pelos Estados Unidos foi o suficiente para que começasse a reunir as peças e criasse esta personagem.

Se tivesses que dar a conhecer o conceito de goldcobra com apenas uma dúzia de palavras a uma pessoa que nunca teve contacto com a tua música, o que dirias?
É a banda sonora do Blade Runner, Karate Kid e Porky’s numa só compilação!

Focando-nos na criação, em que te inspiras para criar?
Desde a moda ao cinema, passando pela própria música e a minha vida.

O amor é a temática deste teu novo projeto. Por quê cantar sobre o amor?
O Lionel Richie disse uma vez, em entrevista, que cantar sobre amor nunca sairá de moda e, sinceramente, estou de acordo.

A estética mais alternativa da década dos 80 está verdadeiramente destacada. Como surgem os subgéneros do synth pop, vaporwave e synth wave no teu percurso?
Já estava definido desde o início de goldcobra que a ideia seria a de reunir as melodias sombrias e obscuras do synthwave com as cores e a energia da pop. O vaporwave chega mais tarde, apenas acrescentando alguns pormenores na sonoridade. O seu maior peso é no imaginário visual.

O que pretendes transmitir através da tua música?
Por mais cliché que possa ‘soar’, o importante para mim é de fazer com que as pessoas sintam algo com a minha música. Se isso não acontecer então é porque não estou a fazer o meu papel como deveria.

Não é à toa que tua digressão se chama “Paris, Los Angeles”, certo? Viveste em Paris durante alguns anos. A passagem por esse país influenciou o nascimento de goldcobra?
Sem dúvida. Costumo dizer que sem Paris, não existiria goldcobra. Foi a partir desta cidade que goldcobra tomou forma e onde fui esculpindo esta personagem e o seu caminho. “Paris, Los Angeles” é também a história de amor que serve para intitular o meu primeiro EP, o qual sairá em breve .

Foi nessa mesma altura que viajaste até Los Angeles, correto? Que inspirações foram essas que te chegaram dessa viagem?
Quer sejas admirador da cidade ou não, é impossível visitar Los Angeles e não te entusiasmares com alguns dos sítios icónicos que já viste na tela. Para mim, que adoro cinema, conduzir à noite pela Sunset Boulevard ou passear a pé pelo Santa Monica Pier foram suficientes para a cabeça começar a fervilhar de ideias.

Não são só os locais e as nossas próprias vivências que nos inspiram, também os outros e os seus projetos. Existem alguns artistas atuais que admires e que sintas que influenciam de forma positiva o teu trabalho?
Sem dúvida, mas… são tantos os artistas ou músicos que me influenciam todos os dias, que é difícil nomear apenas alguns. Actualmente, ando a escutar muito The Night Game, The Midnight ou LANY.

Goldcobra é o teu novo projeto, depois de teres estado afastado do mundo da música por alguns anos. Durante esse tempo achaste que não voltarias?
Penso que nunca tive tempo para pensar dessa forma. Apesar de ter estado fora dos palcos estes últimos anos, o facto de me ter mantido a criar e envolvido noutros projectos, fez com que estivesse sempre ocupado e, sinceramente, lá no fundo sabia que iria voltar à música, de uma forma ou de outra.

Embora ainda não tenhas iniciado os concertos ao vivo, a tua música já toca em algumas rádios. Como tem sido a reação do público?
Super positiva! Mas uma coisa é o feedback que recebes a partir das redes sociais, outra é o contacto directo com o público. A apresentação ao vivo conta bastante.

Vais dar início a esta tua digressão pelo país. Entusiasmado?
Bastante. É a primeira vez a tocar ao vivo como goldcobra. Por isso, não poderia estar mais ansioso e excitado!

Tocar em Paris e em Los Angeles já são hipóteses?
São hipóteses que vivem dentro da minha cabeça já há imenso tempo! Pode ser que o sonho se torne realidade...

Por agora, para quem te quiser ouvir ao vivo, em que locais poderá te encontrar?
12 Abril - Tokyo Bar, Lisboa
18 Abril - TEMPO, Portimão
19 Abril - 7Arte Café, Castro Verde
26 Abril - Plano B, Porto

Vários foram os teus projetos até hoje. Onde te imaginas daqui a 10 anos?
Espero poder continuar a criar e a compôr música. Se isso se mantiver, sou um homem feliz.

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